sábado, 31 de maio de 2008

Introdução

Este trabalho destina-se há disciplina de Área Projecto que fomos desenvolvendo ao longo do ano lectivo.
Escolhemos como tema o Preconceito, isto porque, achamos que é um tema interessante, que dá para desenvolver bem, pois é muito usual hoje em dia, desenvolvemos acerca de vários tipos de preconceito existentes.
O nosso objectivo é de forma simples, alertar os jovens acerca disto e lutarem para que cada tipo de preconceito existente vá diminuindo, pois não se justifica em pleno século XXI, cada vez mais jovens ou até pessoas adultas discriminarem pessoas diferentes que no fundo são iguais a todos os outros.

Preconceito

Preconceito é sempre uma atitude, (a atitude não é inata, ou seja, não nasce connosco), é aprendida. Esta em relação ao preconceito é uma atitude prejudicial e nociva, refere-se a avaliações e juízos essencialmente negativos sobre os indivíduos de um determinado grupo, baseado em generalizações simplistas, que não contemplam as características concretas e particulares desses mesmos indivíduos. As ideias que se têm, por exemplo, acerca dos ciganos, dos homossexuais, das prostitutas geram, muitas vezes, comportamentos (infundados) de evitação ou violência relativamente a elementos desses grupos.

Porque existe Preconceito?

O preconceito existe, porque as pessoas desejam ser superiores às outras. Exemplos existem de sobra, um deles é a Segunda Guerra Mundial, quando Hitler inventou que o bonito é ser magro, mas ninguém pensou que nem todos são dessa forma.

Perspectivas Jurídicas em Portugal

De acordo com o novo código penal em vigor desde 15 de Setembro de 2007, qualquer tipo de discriminação com base na raça ou etnia é punível. Da mesma forma são penalizados grupos ou organizações que se dediquem a essa discriminação assim como as pessoas que incidem a mesma em documentos impressos ou na Internet.
A legislação portuguesa aplica-se igualmente a outras formas de discriminação como religiosa, de local de origem e orientação sexual.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Esquematização sobre o Preconceito

Preconceito
Componente Cognitiva-»Estereótipo(crenças generalizadas)-»Toxicodependentes;Árabes;Padres;Loiras;Judeus;Psicólogos;Emigrantes;Homossexuais.
Componente Emocional-»Preconceito(sentimentos infundados)-»Racismo;Sexismo;Xenofobia;Anti-semitismo;Etnocentrismo;Social.
Componente Comportamental-»Discriminação(acções negativas)-»Confronto étnico(guerra da Bósnia);Grupos violentos(Ku klux klan);Genocídio(Nazismo);Despedimentos de mulheres grávidas

Explicação do Esquema

Já reparamos que preconceito não tem uma definição exacta pois este relaciona-se com o estereotipo e a discriminação.

As três componentes do preconceito:

  • 1.Componente cognitiva (é aquilo que sei ou julgo saber acerca de alguma coisa), daí advém o Estereotipo (crenças generalizadas) é do estereotipo que os preconceitos nascem;
  • 2.Componente emocional (é aquilo que sentimos acerca de um determinado elemento) desta componente vem o preconceito (sentimentos infundados), ou seja sentimentos negativos;
  • 3.Componente comportamental (é o que estou disposto a fazer, o que estou predisposto a...) daqui vem a discriminação (acções negativas), ou seja pôr de lado.


Estereótipos são crenças acerca das características típicas dos membros de um grupo. O preconceito refere-se a sentimentos negativos acerca dos membros de um determinado grupo e a discriminação refere-se ao comportamento que prejudica ou desfavorece indivíduos simplesmente negativos. Os estereótipos são a componente cognitiva do antagonismo entre os grupos.

Nos dias de hoje, existem inúmeros e vários tipos de Preconceito, dos quais são:

  • Preconceito Racial
  • Preconceito Sexual
  • Preconceito Social
  • Preconceito em relação à religião
  • Preconceito em relação à mulher
  • Preconceito em relação aos deficientes
  • Preconceito em relação ao Etnocentrismo
  • Preconceito em relação á Xenofobia

Vários tipos de Preconceito

Preconceito Racial
O Racismo é a tendência o pensamento, ou do modo de pensar em que se da grande importância a noção da existência de raças humanas distintas superiores umas ás outras.
O racismo não é uma teoria científica, mas sim, um conjunto de opiniões pré concebidas entre os seres humanos, isto faz com que alguns acreditem ser superiores aos outros de acordo com a sua matriz racial.
Todos nos conhecemos, “brancos contra negros, contra amarelos, contra vermelhos, contra …. É um monte de cores contra um monte de cores”.

Preconceito Sexual
O Preconceito Sexual, é discriminar alguém pela sua escolha sexual. Homossexuais e bissexuais, são agredidos por não serem “iguais” às regras da sociedade. Muitas pessoas, escondem a sua opção sexual, simplesmente por medo, pois temem serem discriminados pelos outros, e sofrerem de insultos, brincadeiras e apelidos indesejáveis.

Preconceito Social
O Preconceito Social, esta muito na moda pelo facto de que as pessoas mais bem na vida discriminam os mais pobres, por exemplo: “Ricos discriminam pessoas de baixa classe social, com famosas frases do tipo, “isso é coisa de pobre.”, Ou vise versa”.


Preconceito em relação à religião
Existem vários tipos de preconceito em relação à religião, pois nem toda a gente é crente, existe várias “rivalidades” entre diferentes tipos de religião.


Preconceito em relação à mulher
O preconceito em relação as mulheres, é denominado por machismo existe por causa do antigo papel das mulheres como dona de casa. O machismo gera muita mágoa porque, vários homens não reconhecem a capacidade das mulheres de fazerem algo diferente do que fazem em casa.
Nos dias de hoje , a mulher já é mais autónoma, dona de si própria, mas mesmo assim existe algum preconceito principalmente no mercado de trabalho, pois acham que a mulher não é auto-suficiente para trabalhar em diferentes tipos de emprego.

Preconceito em relação aos deficientes
O preconceito em relação aos deficientes, seja o deficiente físico ou mental, não tem jeito… é só sair na rua que olham torto, mantêm distância, como se a deficiência fosse algo contagiosa.
E não é só de olhar torto que existe o preconceito, eles são rejeitados e, quando precisam, ninguém se dispõem a ajudar.
Para essas pessoas, é muito difícil fazer amizades e ainda mais difícil ser aceitar pela comunidade

Preconceito em relação ao Etnocentrismo
Etnocentrismo é uma atitude na qual a visão ou avaliação de um grupo social sempre seria baseado nos valores adoptados pelo seu grupo, como referência, como padrão de valor. Trata-se de uma atitude discriminatória e preconceituosa. Basicamente, encontramos em tal posicionamento um grupo étnico considerar-se como superior a ouro.
Não existem grupos superiores ou inferiores, mas grupos diferentes. Um grupo pode ser menor desenvolvido tecnológico (como, por exemplo, os habitantes anteriores aos europeus que residiam nas Américas, na África e na Oceânia) se comparado a outro mas, possivelmente, é mais adaptado a determinado ambiente, alem d não possuir diversos problemas que esse grupo “superior” possui.

Preconceito em relação á Xenofobia
Xenofobia é comummente associado a aversão a outras raças e culturas. É também associado à fobia em relação a pessoas ou grupos diferentes, com os quais o indivíduo que apresenta a fobia habitualmente não entra em contacto e evita.
Por esta razão xenofobia tende normalmente a ser visto como a causa de preconceitos. Por exemplo, defensores do termo Homofobia acreditam que todo preconceito a Homossexuais provém de medo irracional (fobia).
Porém isto não é totalmente verdade. Xenofobia pode realmente causar aversões que levam a preconceito raciais ou de grupos. Contudo nem todo o preconceito provém de fobia. Preconceito pode provir e outras causas. Estereótipos pejorativos de grupos minoritários, por exemplo, podem levar um indivíduo a ter uma ideia errada de outro grupo podendo ultimamente levá-lo ao ódio. Outra causa pode provir de ideias e conceitos preconceituosos, em que a causa não é fobia, mas conflitos de crenças. Esta causa é similar á anterior, porém é gerada por conflito de conceitos, não desinformação. Por exemplo, um grupo machista odiando homossexuais (por contrastar com a sua forma de vida), religião pregando contra outras religiões (por conflito de conceitos), ideias políticos como o arianismo nazista.

Entrevista

A Entrevista foi feita aos professores do Ensino Especial, do externato de vila meã (professora Liliana e professor Sérgio), sendo apropriado em relação ao nosso tema do trabalho, pois este tipo de assuntos rodeia o nosso dia-a-dia. O nosso objectivo, era saber mais acerca destas crianças especiais existentes nesta escola.

1ª Qual é a sua formação de Base?
Professora Liliana: Sou licenciada em Línguas e Literaturas modernas, variante de estudos portugueses e alemães – ramo educacional.
Professor Sérgio: Licenciatura em professor do 1ºciclo na variante de educação física.

2ª Quando é que decidiu trabalhar na área do ensino especial? Porque?
Professora Liliana: Após a conclusão da licenciatura, decidi prosseguir nos estudos e comecei a investir na área do Ensino Especial. Entretanto, fiz uma especialização nesta área e encontro-me neste momento a realizar mestrado em Ciências da Educação - área de especialização em Educação Especial.
Professor Sérgio: Quando terminei o curso senti necessidade de uma outra formação e por isso escolhi o ensino especial. Escolhi o ensino especial, porque trabalhava directamente com crianças com N.E.E.

3ª Qual o tipo de apoio que presta as crianças com que trabalha?
Professora Liliana: Nas aulas de apoio, incidimos especialmente nos domínios da Língua Portuguesa, Matemática e Autonomia, procurando sempre recorrer a actividades e exercícios de cariz prático.
Professor Sérgio: O apoio que presto às crianças é essencialmente na Língua Portuguesa, Matemática e Autonomia.

4ª Pensa que o apoio prestado contribui para minorar a diferença entre estas e as outras crianças?
Professora Liliana: O objectivo da Educação Especial, e tendo em consideração os casos de maior complexidade, não deve ser aproximar os saberes e conhecimentos os alunos do Ensino Especial aos do Ensino Regular, na medida em que esse pressuposto é muito difícil de alcançar. Nesse sentido, procuramos, a partir daquilo que os alunos são capazes de realizar, potenciar as suas competências e conhecimentos, dentro de um currículo individualizado.
Professor Sérgio: Penso que sim, sobretudo nas crianças com mais autonomia.

5ªalguma vez sentiu que estas crianças sofrem algum tipo de discriminação
Professora Liliana: Sim. As pessoas tendem a temer aquilo e aqueles que não conhecem e essa situação observa-se de forma mais acentuada em crianças que possuem posturas e comportamentos diferentes daqueles a que estamos habituados.
Professor Sérgio: Na verdade já senti. Por isso trabalho diariamente com elas tentando colmatar tal flagelo da sociedade.

6ª Considera que as alterações relativas ao ensino especial (nomeadamente o desaparecimento do decreto lei 319) vêm melhorar a integração destas crianças nas diferentes turmas?
Professora Liliana: O novo decreto-lei que vem substituir o 319/91 (decreto – lei 03/2008) preconiza que apenas os alunos com deficiências comprometedoras beneficiem do Ensino Especial. Esta medida comporta duas consequências: por um lado a diminuição do número de alunos do Ensino Especial vai possibilitar um apoio mais individualizado, e por conseguinte mais eficaz, aos alunos que dele necessitam; por outro lado, alguns alunos deixarão de beneficiar das aulas de apoio educativo, beneficiando apenas das aulas de Ensino Regular, o que poderá ser insuficiente.O novo decreto – lei prevê ainda a criação de escolas especiais. Contemplando a criação destas escolas especializadas e determinadas áreas e a obrigatoriedade dos alunos a frequentarem consoantes a deficiência que apresentam, penso que o objectivo da integração das crianças com necessidades educativas especiais em escolas da área da sua residência e, consequentemente, nas turmas frequentadas pelos seus colegas está seriamente comprometido.
Professor Sérgio: Relativamente ao desaparecimento do decreto – lei 319, penso que em nada vem melhorar a integração destas crianças nas diferentes turmas. Uma vez que a sua integração deixa de existir passando estas crianças a integrarem escolas especiais.

7º Considera que, ao sair da escola, estas crianças estão preparadas para viver autonomamente em sociedade?
Professora Liliana: Depende do grau de comprometimento da autonomia de cada aluno: existem alunos perfeitamente autónomos e capazes de realizar as actividades da rotina diária com relativa facilidade e outros que necessitam de maior apoio. O objectivo dos docentes e dos pais é e será sempre fomentar uma maior autonomia dos alunos.
Professor Sérgio: Uma pergunta difícil, pois nem todas as crianças estão preparadas para viver autonomamente em sociedade. A sociedade de hoje é muito exigente, e as dificuldades de algumas crianças evidenciam desde logo um maior empenho e auto-estima que por vezes não se compatibilizam com as várias dificuldades do meio.

8ª Pensa que a sociedade apoia este tipo de crianças? De que forma?
Professora Liliana: Não devemos generalizar, na medida em que se por um lado há pessoas indiferentes à deficiência e à indiferença, outras existem que defendem veementemente as pessoas com deficiência, lutando pelos seus direitos e pela sua dignificação.
Professor Sérgio: Hoje penso que a sociedade está um pouco mais sensibilizada para estas crianças. O apoio que a sociedade tem para com eles ainda não chega, visto que ainda muito trabalho há pela frente no que respeita às acessibilidades e oportunidades para estas crianças.

9ª Na sua opinião estas crianças lidam bem com a diferença?
Professora Liliana: Sinto que as crianças do Ensino Especial não conferem tanta importância à diferença como as crianças do Ensino Regular: “ Todos diferentes, todos iguais”.
Professor Sérgio: Penso que lidam à sua maneira, logo penso que lidam bem. Embora sentem que a sua integração podia ser pensada e repensada a fim de elevar mais a sua confiança e determinação para com a sociedade.

10ª Alguma vez se sentiu descriminado pelos outros professores?
Professora Liliana: Não. Todos sabemos quais as nossas funções e sabemos respeitá-las enquanto profissionais de Educação que somos.Professor Sérgio: Nunca.11ª Sente-se realizado com o que faz?
Professora Liliana: Sim, muito.Professor Sérgio: Em absoluto.

12ª Se tiver oportunidade de trabalhar noutra área, pensa mudar?
Professora Liliana: Neste momento não.
Professor Sérgio: No momento sinto-me muito bem, talvez optasse por não mudar.

13ª Gostaria de referir alguma coisa que nós não tenhamos perguntado?
Professora Liliana: Não.
Professor Sérgio: Penso que o questionário aborda os assuntos pertinentes a um professor de Ensino Especial.

Conclusões da Entrevista

Com esta entrevista concluímos que nenhum dos professores é formado (de base) em ensino especial, embora ambos tivessem feito uma especialização em ensino especial.
Nas aulas estes professores trabalham com as crianças nos domínios de Língua portuguesa, matemática e autonomia, com o objectivo de aproximar os saberes e conhecimentos dos alunos.
Tanto um como outro considera que estas crianças, porque são diferentes, sofrem discriminação.
Não sei se muita gente sabe mas o decreto-lei 319/91 vai desaparecer, ou seja, este decreto-lei permitia a estas crianças terem direito ao ensino especial individualizado, mas com o novo decreto-lei 03/2008, estas crianças vão passar a ser entregues o ensino regular. E ambos os professores consideram que a mudança legislativa não vai trazer benefícios para estas crianças, pelo contrário, poderão ser alvo de discriminação pelos colegas de turma e isso não contribui em nada no desenvolvimento destas crianças.
Por fim, com esta entrevista concluímos que os professores de apoio pensam que embora existam pessoas na sociedade sensíveis a este problema ainda há muito por fazer na área do Ensino Especial.

Opinião do Grupo

Preconceito, relacionado com discriminação é um tema muito frequente nos dias de hoje como já referimos anteriormente.
Na nossa opinião todos somos iguais na sociedade, uns com mais dificuldades do que outros mas todos iguais. Pelo que fomos retirando das pessoas nem toda a gente sabe a noção lógica de preconceito, e quando se fala nisto, todos respondem que não são preconceituosos, mas quando se vêem encarados com alguém diferente deles próprios são capazes de discriminar, ou ate fazer pouco, para não parecer mal perante os outros, isto torna-se ridículo, porque fazem sentir mal estas pessoas.

Não quisemos estar a fazer inquéritos já que esta técnica se adequa ao estudo de grandes populações e não era esse o nosso objectivo e, por outro lado, porque na maioria dos casos somos preconceituosos inconscientemente, desta forma, pensamos que a generalidade das pessoas iria responder que não é preconceituoso, embora saibamos que no mundo em que vivemos e o quanto as pessoas podem ser más ao ponto de discriminar os outros.
As entrevistas que realizámos mostram-nos que mesmo na nossa escola existe preconceito e discriminação ainda que deles não tenhamos dado conta.
Com este trabalho obtivemos a sensação de que nem tudo é fácil, pois é um tema específico e deu-nos imenso trabalho.

Agradecimentos

Agradecemos á professora Carla Pintéus de Psicologia que nos ajudou em algumas fontes e opiniões, á professora Liliana e ao professor Sérgio, professores de apoio, que se disponibilizaram com todo o gosto e empenho na entrevista feita, ao professor Manuel Barros, nosso director de Turma, que se mostrou sempre disposto a ajudar-nos, e além de tudo aos meninos do Ensino Especial que nunca esconderam um sorriso.

Bibliografia

· Site www.google.pt
· Site www.sapo.pt
· Livro de psicologia 12º ano
· Professora Carla pintéus de psicologia
· Professora Liliana e Professor Sérgio, professores de apoio
· Alunos do Ensino Especial

Trabalho realizado por:

Elisabete Soares

Filipa Peixoto

12º D